sexta-feira, 15 de abril de 2011

Desarmamento já

É inacreditável a quantidade de notícias envolvendo armas de fogo, notícias que passeiam por várias camadas sociais e produzem manchetes de toda a sorte, desde acidentes “inocentes” a crimes bárbaros. Inacreditável mais ainda é saber que o nosso país possui atualmente uma das legislações mais rígidas no que diz respeito à aquisição de armas, mas infelizmente não encontramos rigidez semelhante quanto ao cumprimento das leis que decreta.

Não precisamos saber de estatísticas para saber que nossos jovens estão morrendo, não precisamos de números para nos dar conta de que cada um de nós tem um amigo, parente, vizinho ou conhecido que já tenha se envolvido em algum caso onde o personagem principal era uma arma de fogo, provavelmente clandestina.

Qual será o grande empecilho que nos impede de construir uma nação menos violenta? Porque é tão difícil que as leis sejam cumpridas de acordo como estão no papel?

A impunidade, lei que impera em nosso país, serve de fundamentação para que pais de família e hoje em dia até mães de família comprem armas para “fazer justiça com as próprias mãos”, mas não são eles que mancham de sangue os noticiários diariamente, acontece que os roubos a residências colocam essas armas nas ruas, e o tráfico de armas também, casos que já não acontecem apenas em cidades tidas como essencialmente violentas, esse mal já está no nosso bairro, andando por entre nossos caminhos cotidianamente.

O governo, diga-se de passagem, devia investir em educação, educar o povo para saber o risco que correm por manter armas em casa, e acima de tudo assegurar ao cidadão de bem a sua segurança, para que este não venha a comprar uma.

Há também que se pensar no cumprimento das leis que já existem em relação às armas de fogo, o estatuto contra o desarmamento estabeleceu que dificultassem o acesso a armas, algumas exceções, como no caso de pessoas sob comprovada ameaça de morte ainda prevalecem, mas civis de maneira geral estão proibidos de andarem armados. O armamento usado por seguranças particulares passou a ser da responsabilidade da empresa contratante e eventuais compradores precisam ser maiores de 25 anos e apresentar uma série de documentos – entre eles teste psicológico e de antecedentes criminais. Só resta agora ao brasileiro, que não desiste nunca, não desistir de lutar a favor do exercício da lei. Desarmamento já.

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